segunda-feira, 7 de março de 2011

Google sob fogo por relacionamento 'secreto' com a NSA


Image via CrunchBase

Google sob fogo por relacionamento 'secreto' com a NSA

Por Grant Gross

O Consumer Watchdog, um grupo de advocacia amplamente focado nas práticas de privacidade do Google em anos recentes, tem pedido uma investigação congressional no relacionamento 'acolhedor' da gigante da internet com a administração do presidente Barack Obama.

Em uma carta enviada segunda-feira, o Consumer Watchdog perguntou ao representante Darrell Issa, o novo diretor do Comitê de Fiscalização e Casa de Reforma do Governo, para investigar o relacionamento entre Google e diversas agências do governo.

O grupo pediu a Issa para investigar contratos de diversas agências dos Estados Unidos para tecnologias e serviços do Google, o relacionamento 'secreto' entre Google e a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, e o uso pela companhia do campo de aviação da Administração Nacional de Espaço e Aeronáutica (NASA) na Califórnia.

As agências federais também têm tomado ações 'insuficientes' em resposta as revelações do último ano de que os carros do Google Street View estavam coletando dados de conexões WiFi abertas de onde passava, o Consumer Watchdog disse na carta.

"Acreditamos que o Google tem se beneficiado inapropriadamente dos laços estreitos com a administração," a carta disse. "Google é o portal da internet para a maioria dos consumidores. Não obstante, ele não deveria ter tratamento e acesso especial por causa de um relacionamento especial com a administração."

Consumer Watchdog pode ter um aliado em Issa, um republicano da Califórnia. Em julho ele enviou uma carta ao Google levantando preocupações de que o vice-diretor de tecnologia da Casa Branca Andrew McLaughlin, ex-diretor de política global do Google, teve um contato de e-mail inapropriado com empregados da companhia.

Um porta-voz do Google questionou a objetividade do Consumer Watchdog. Alguns grupos têm questionado o relacionamento com a rival do Google, a Microsoft, e o criticismo do Consumer Watchdog dos esforços da privacidade online tem também exclusivamente zerado com o Google, com o grupo raramente mencionando a Microsoft, o Facebook e outras companhias com base na web nos últimos dois anos.

"Essa é apenas a mais recente em uma longa lista de truques da imprensa de uma organização que admite trabalhar estreitamente com nossos competidores," disse o porta-voz do Google.

Mas o Consumer Watchdog não recebe financiamento da Microsoft nem de nenhum outro competidor do Google, disse John Simpson, advogado do Consumer com o grupo. "Nós não temos nenhum relacionamento com a Microsoft," ele disse. "Nós não tiramos nenhum dinheiro deles."

O Consumer Watchdog decidiu se concentrar nas práticas de privacidade do Google porque os serviços da companhia servem como um portal para a internet para muitas pessoas, Simpson disse. Se o grupo pode pressionar o Google, "sem dúvida a companhia dominante da internet," para mudar suas práticas de privacidade, outras companhias seguirão o figurino, ele disse.

"Google se sobressaiu como uma companhia que diz que seu slogan é, 'não seja mau', e eles também defendem abertura para todos os outros," ele disse. "Estamos tentando prendê-los nas próprias palavras deles."

Consumer Watchdog, em janeiro de 2009, sugeriu que o Google estava preparando uma campanha de lobby pedindo ao Congresso para permitir a venda de registros eletrônicos de saúde. Google chamou as alegações de "100 por cento falsas e infundadas."

Em setembro, Consumer Watchdog comprou espaço em uma tela de vídeo de 50 m2 na Times Square em Nova York, com um vídeo criticando as práticas de privacidade do Google.

Em abril, funcionários do Consumer Watchdog ligaram para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para ele se separar do Google. Eles apareceram em uma coletiva de imprensa com um representante da Open Book Alliance,  financiada pela Microsoft e Amazon.com.

A última queixa do Consumer Watchdog sobre o relacionamento do Google e a Administração Obama está esboçada em um relatório de 32 páginas. 

O documento questiona uma decisão da NASA de permitir que executivos do Google usem seu aeroporto federal em Moffett, próximo do quartel-general do Google. Embora a H211, uma companhia controlada pelos executivos chefes do Google, pague aluguel a NASA, eles desfrutam de acesso ao aeroporto que outras companhias ou grupos não têm, disse Simpson.

O documento também questiona os contratos do Google com o Departamento de Defesa americano e outras agências, sugerindo que, em alguns casos, os contratos do Google foram acelerados. O documento também questiona o relacionamento do Google com a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos e pede para a companhia ser mais aberta sobre qual informação do consumidor ela compartilha com a agência de espionagem.

Quando perguntado se outras companhias, incluindo provedores de banda larga, deveriam revelar qual informação do consumidor elas compartilham com a NSA, Simpson disse que elas também deveriam. 

"Eu compreendo que a NSA é uma organização fantasma super-secreta," ele disse. "Mas dada a situação muito especial do Google, onde ele possui tantos dados pessoais sobre as pessoas, eu penso que deveria haver um pouco mais de abertura sobre o que precisamente se passa entre os dois."   

Fonte: http://news.yahoo.com/s/pcworld/20110125/   

Nota: Essa situação é preocupante, uma vez que esta empresa tem dados pessoais altamente sensíveis dados pelos internautas na confiança de que não serão usados sem a permissão deles. Em outros artigos já foram mostrados como os dados das pessoas são usados como mercadoria para venda por empresas da internet, e o principal interessado sempre é o governo e suas agências de espionagem.

Embora o artigo focalize o governo americano, é certo que em outros países esses dados são também cobiçados por agências de segurança para fuçar a vida de pessoas em busca de inimigos do Estado e criminosos em geral.                 

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