Image via WikipediaO FMI: Estuprando o mundo, uma nação pobre de cada vez.......
Por Dana Gabriel
Fonte: borderfire report
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem sido descrito como um dos executores da globalização.
Países que recebem assistência do FMI frequentemente são forçados a render sua soberania e mais tarde a abrirem suas fronteiras aos bancos e as corporações internacionais. Muito da sua riqueza é então sugada pelos predadores estrangeiros com sua população e recursos essencialmente se tornando a garantia adicional para tal ajuda financeira. Como resultado da crise financeira internacional, muito mais nações estão tendo de se voltar para o FMI por ajuda. Como a recente cúpula do G-20, em Londres (em 2009), o papel do FMI foi expandido e seus poderes aprimorados. Houve pouca menção a suas políticas falhas e seu registro menos do que estrelar de efetivamente promover o desenvolvimento e a democracia em todo o mundo. Enquanto alguns falam de reforma, o FMI continua a estuprar o mundo, uma nação pobre após a outra.
O FMI, junto com o Banco Mundial, foi estabelecido como instituições financeiras irmãs com ambos se originando dos acordos de Bretton Woods em 1944. Eles são parte do sistema das Nações Unidas. O FMI foi planejado para ajudar a estabilizar o sistema financeiro internacional pós 2a. guerra mundial e é a estrutura para um banco central de emissão. Ele proporciona assistência financeira de curto prazo para nações que se qualificam, mas isso é a um preço muito alto. Estes países são colocados em uma camisa de força com o FMI e o Banco Mundial trabalhando em conjunto, ditando grandes porções da política pública.
Algumas condições do FMI que os países têm sido forçados a concordar podem somente ser descritas como duras e antidemocráticas. Frequentemente a desvalorização da moeda da nação tem sido a pré-condição para a assistência do FMI. A fim de se qualificar para o empréstimo do FMI algumas nações têm sido forçadas a diminuir tarifas, restringir subsídios e gastos governamentais, equilibrar o orçamento, bem como vender instituições estatais para interesses estrangeiros. Em alguns casos, o FMI tem proibido aumentos de salários enquanto alguns países têm tentado fazer isso, a fim de compensar por uma aguda elevação dos preços e outras comodities. Direitos ambientais e trabalhistas também têm tido sucesso como resultado das políticas do FMI. À guisa de ajudar países economicamente perturbados, o FMI tem na verdade ajudado a socorrer os investidores estrangeiros e empresas multinacionais. Eles têm ainda produzido mais caos e instabilidade em algumas das regiões mais pobres do mundo.
Na recente cúpula do G-20, os líderes prometeram impulsionar os recursos financeiros do FMI para $750 bilhões. Ele também assumirá um papel mais central na monitoração e regulamentação dos mercados globais, jogando um papel chave no planejamento de um novo sistema financeiro. O poder do FMI de criar dinheiro foi ativado e eles serão capazes de emitir até $250 bilhões de novos Direitos Especiais de Retirada(SDRs em inglês). Alguns países estão pedindo que os SDRs sejam usados como uma reserva completa de moeda corrente para desafiar o dólar. Em um artigo recente que apareceu na New American, Willian F. Jasper escreve, "Se o FMI tiver poderes regulatórios financeiro e monetário global, junto com a habilidade de emitir moeda e bônus global, ele em breve não terá de pedir a seus estados membros por financiamento. Nem as Nações Unidas. O FMI será capaz de proporcionar a ONU a renda que ela precisa para se tornar um governo mundial real".
O FMI e o Banco Mundial estarão fazendo reuniões em Washington nos dias 25 e 26. Na agenda estarão medidas de reforma que poderão incluir mudanças em algumas condições ligadas ao recebimento de fundos de emergência. Eles também discutirão como melhor distribuir o dinheiro extra que lhes foi alocado. Há um senso de que como uma parte do novo papel do FMI, ele também deve visar as preocupações das economias emergentes que estão sofrendo com a recessão global. O FMI recentemente aprovou uma linha de crédito de $47 bilhões para o México que se tornou o primeiro país do G-20 a se candidatar a tal assistência e pode não ser o último. Ainda existe um duplo padrão que permite aos países mais ricos usar a expansão fiscal em face da recessão enquanto nações mais pobres são forçadas a restrições econômicas mais rigorosas.
A elite global visa um mundo sem fronteiras. Eles continuam a empurrar a agenda deles de governança global através do FMI, do Banco Mundial, das Nações Unidas, da OMC e tratados de comércio como o NAFTA. É nosso dever resistir a tirania da globalização ou enfrentar a escravização. No final, a soberania nacional tem de prevalecer - se quisermos ter algum futuro.
Dana Gabriel é uma ativista e pesquisadora independente que escreve sobre comércio, globalização, soberania, bem como outros assuntos.
A guerra, quase todo tipo de guerra, é primeiro de tudo uma
produção, uma peça de teatro com os mocinhos e bandidos definidos pelos governos
e pela mídia para o benefício das massas. A maior parte dos pontos principais no
enredo dos conflitos modernos não é genuína. Esses pontos são escritos e
encenados (como o Golfo de Tonkin, ou as armas de destruição maciça no Iraque),
mas tratamos o conto de fadas como se fosse realidade simplesmente porque a
história está sendo contada por algum executivo de uma grande empresa, que se
apresenta com um sorriso falso e vestido de terno e gravata na televisão.
Frequentemente, descobrimos após o fato que as guerras que testemunhamos nas
sombras escuras do nosso cinema cultural com pipoca engordurada e um enorme copo
de refrigerante nas mãos foram na verdade uma farsa. Ficamos com raiva, ficamos
lívidos e então continuamos com nossas vidas servis porque "o estrago já está
feito mesmo" e o que podemos fazer agora? Muito raramente na história a vasta
maioria das pessoas tem a capacidade ou a oportunidade de ver a guerra autêntica
que está acontecendo diante de seus olhos, entre os mestres sociais das
marionetes e aqueles que se libertaram de seus cordões.
Hoje, temos uma rara oportunidade de sair para fora do teatro,
para fora da encenação fabricada de um conflito particular que está se formando
no horizonte, e examinar a situação objetivamente antes que ela se desenvolva
por completo. Esse conflito é a "guerra cambial global" que está se tornando
cada vez mais agressiva e sendo preparada para implementação e consumo público
neste exato momento.
Por agora, a ameaça de uma guerra cambial em larga escala está
sendo apresentada como "mínima", porém potencialmente relevante. Na verdade, a
guerra se enraizou desde pelo menos 2008, logo após o colapso inicial da bolha
dos derivativos em hipotecas, quando o banco central privado chamado de Sistema
da Reserva Federal (Fed) reduziu as taxas de juros para quase zero e começou
abertamente a comprar a dívida do Tesouro dos EUA.
Somente no mês passado é que
a grande mídia finalmente começou a discutir as implicações mais amplas dessas
medidas, junto com as reações óbvias dos outros países, incluindo a
transformação das guerras comerciais em conflitos reais. Mas, nem tudo é o que
parece...
Como espero demonstrar de forma bem clara neste artigo, não
somente é a ameaça de guerra cambial totalmente desnecessária e sem sentido no
aspecto fiscal, mas ela é também fabricada para servir a um propósito além das
diretivas de política de qualquer nação soberana e tem o objetivo de beneficiar
somente uma pequena parcela da elite financeira.
A Guerra Cambial Não É Surpresa
A grande mídia tem ultimamente tratado o conceito de guerra
cambial como algo chocante e inesperado, como se tivesse caído do céu de repente
para causar estragos em economistas pobres e incautos. No artigo indicado a
seguir, o analista financeiro atribui a origem da frase "guerra cambial" ao
Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, que avaliou a questão uma semana
atrás:
Espere um pouco! O quê?! Não sei exatamente quem cunhou o
termo, mas sei que não foi um sujeito chamado "Guido" na semana passada. Há
muitos anos que economistas e analistas alternativos (incluindo eu mesmo)
advertem sobre o assunto! Na verdade, o eminente economista chinês Song
Hongbing, que já morou e trabalhou nos EUA, escreveu um livro que se tornou
muito famoso na China, intitulado Currency Wars, publicado originalmente
em 2007:
Interessantemente, esse livro predisse o colapso de 2008 e
delineia como as elites bancárias do Ocidente estavam planejando usar diversas
implosões artificiais nacionais para introduzir uma moeda mundial. Mas, vamos
reservar o economista Song para mais tarde...
A chave aqui é que a ideia e o perigo dos conflitos cambiais
estão presentes e fomos advertidos repetidamente sobre eles muito antes de 2010.
A razão por que a mídia está tentando pintar este tópico como uma surpresa,
embora muitos tenham advertido em alta voz sobre ele é simples: afastar a culpa
para longe dos bancos centrais e para longe do Sistema de poder. Uma livre
reescrita da história "em tempo real", por assim dizer.
Aqui está um pequeno segredo para prever o futuro e você não
precisa ser um adivinho com poderes psíquicos: apenas veja as estratégias e a
retórica que os globalistas usaram na última crise que criaram e então
aplique-as na próxima repetidamente. Funciona como mágica! Em 2008, à medida que
a crise do crédito avançava para assumir força total, os banqueiros
internacionais e os analistas da grande mídia em toda a parte começaram a dar de
ombros como se nada tivessem a ver com aquilo, como meninos de quatro anos de
idade que acabaram de saquear a jarra de biscoitos. "Como isto pôde acontecer?
Veio do nada! Precisamos criar uma comissão especial para investigar isto a
fundo... blablablá, mentiras, meias-mentiras, meias-verdades, etc." Este é o
mesmo tipo de distração que estamos começando a ouvir em termos de tensões
cambiais e de comércio que estão se desenvolvendo hoje. Em 2011, à medida que o
dólar americano caminhar para a completa desintegração, e o governo e a mídia
disseminarem propaganda sobre o desastre como algum tipo de Pearl Harbor não
previsto, apenas se lembre que certamente não é surpresa para os banqueiros
internacionais, mesmo se eles afirmarem ignorância.
A Inflação É Tão Engraçada Que Talvez Devêssemos Fazer Dela um Parque
Temático
Quase imediatamente após a crise de crédito se tornar visível,
os economistas do Sistema começaram a propor uma desvalorização do dólar. Aqui
está um artigo da revista Forbes, publicado em 2008, que finge ser
contrário aos banqueiros, mas depois delineia por que a inflação deliberada é
supostamente uma "cura para tudo", que é exatamente o tipo de desinformação de
que os banqueiros globais mais gostam:
1) O argumento que por meio da criação de dinheiro a partir do
nada o déficit público possa ser "apagado" e a única desvantagem é uma ligeira
redução no poder de compra, que pode então ser recuperado por uma retenção na
circulação do dinheiro por um curto período de tempo (é fácil assim,
certo?).
2) O argumento que por meio da desvalorização, as exportações
de um país se tornam mais competitivas e, assim, geram mais renda interna,
revitalizando a economia.
Os dois argumentos não têm lógica quando aplicados aos nossos
fundamentos econômicos particulares. A desvalorização da moeda para enfrentar a
dívida insustentável nunca na verdade equilibrou as contas de país algum. Como
no artigo da Forbes referenciado anteriormente, alguns analistas da
grande mídia sugerem que a Grande Depressão foi eventualmente terminada por meio
de "injeções controladas de liquidez" (estímulos) e por uma maior desconexão do
padrão ouro. Isto é altamente questionável, mas vamos dizer por um momento que a
inflação deliberada no fim daquela década realmente tirou os EUA da crise. A
comparação com a situação atual, no que se refere à desvalorização, não é
aplicável, pois os EUA não tinham em 1930 o nível de déficit público que têm
hoje. Na verdade, de 1920 a 1930, imediatamente antes do início da Grande
Depressão, o déficit público foi reduzido em cerca de 30%, e o dinheiro era
devido a governos aliados (amigos).
Em 2008, a dívida pública americana estava
se expandindo em velocidade sem precedentes na história e ainda está hoje. Além
disso, qualquer inflação que foi criada durante os anos 1930s e 1940s entrou na
economia geral, e não foi para os infindáveis socorros financeiros aos bancos e
também não para a compra constante dos títulos do próprio Tesouro dos EUA, como
está acontecendo atualmente.
No que se refere à dívida e a inflação, uma comparação
histórica mais exata seria com a Alemanha durante a República de Weimar, e o
colapso do marco alemão.
A Alemanha entrou em sua própria Grande Depressão com dívidas
pesadas, que eram devidas a diversos países (muitos deles hostis) após tomar
emprestado mais do que seus meios permitiam para sustentar seus constantes
esforços de guerra (isto soa familiar para você?). A República finalmente seguiu
uma política de inflação fabricada, acreditando que poderia imprimir dinheiro
para cumprir suas obrigações e sofrer somente perdas mínimas no valor da moeda.
O problema foi que a Alemanha assumiu, exatamente como alguns nos EUA hoje
assumem, que os credores continuariam a aceitar a moeda em estado de implosão
como meio de pagamento. Em vez disso, os credores começaram a rejeitar o
pagamento em moeda fiduciária (moeda criada a partir do nada) e começaram a
exigir o controle da infraestrutura e dos recursos minerais e energéticos do
país. Carvão, aço, madeira, etc. foram confiscados e usados para honrar os
pagamentos da dívida. A produção e a capacidade industrial na Alemanha foram
destruídas. A impressão de dinheiro continuou apenas para manter o governo
respirando e, em pouco tempo, ninguém no mundo queria receber marcos, nem mesmo
o próprio povo alemão.
Hoje, os economistas da grande mídia estão fazendo as mesmas
suposições insensatas que foram feitas na Alemanha durante o período da
República de Weimar. Será se países como a China, Japão ou Rússia continuarão a
aceitar dólares como pagamento se os EUA continuarem a inflacionar sua moeda? Ou
será se tratarão os EUA como outra República de Weimar, deixarão de aceitar o
dólar e se livrarão de seus títulos do Tesouro Americano para reduzir suas
perdas? Talvez eles exijam o controle da infraestrutura e dos recursos naturais
como compensação.
Tenha em mente que investir em um país que abandonou sua
própria moeda, a própria base de sua economia, é como dar um grande e forte
abraço a um leproso; a simples ideia causa aversão nas pessoas! O ponto aqui é
não devemos esperar que países para os quais os EUA devem dinheiro continuem a
aceitar o dólar como uma moeda viável.
A afirmação que as exportações florescerão com um dólar mais
fraco é igualmente ingênua.
Como a Alemanha durante a República de Weimar, a
capacidade industrial americana foi lançada na sarjeta, porém de uma maneira
ligeiramente diferente. A terceirização deixou os EUA com uma economia baseada
70% em serviços, dependente não da produção e da poupança, mas do consumo
sustentado por uma dívida sempre crescente. A maior parte das indústrias
americanas foi transferida e está sendo operada no exterior, utilizando mão de
obra de trabalhadores estrangeiros que recebem baixos salários. Eu fico
imaginando o que os economistas da grande mídia esperam que os EUA exportem
quando ocorrer uma severa depreciação da moeda americana. E mesmo que os EUA
consigam reconstruir algo que se assemelhe a uma base industrial em menos de uma
década, por que países como a China comprariam produtos americanos se podem
facilmente fabricá-los em volumes muito maiores e a um custo menor? Todo o
conceito parece absurdo (e é)!
Por exemplo, o artigo a seguir, sobre os relatórios de vendas
internacionais da Alcoa, tenta afirmar que as exportações do fabricante de
alumínio estão crescendo por causa da desvalorização do dólar; depois, o artigo
se contradiz totalmente ao mostrar que os lucros estão na verdade CAINDO por
causa do dólar mais fraco:
A única exportação que os EUA têm e que os outros países ainda
desejam é o dólar como moeda de reserva mundial, porém agora o banco central e o
governo americanos estabeleceram o propósito de terminar com isto! Recentemente,
a Reserva Federal começou abertamente a propor um estímulo maior, admitindo que
seu verdadeiro OBJETIVO é de fato a inflação:
A insinuação aqui é que a inflação "ainda" está para acontecer,
quando na verdade ela já está em progresso agora. Os banqueiros centrais até
aqui desconsideraram o dramático aumento do ouro nos últimos meses, dizendo que
o ouro não é um indicador confiável da inflação e que seu aumento se deve à
maior demanda, não à desvalorização do dólar. A alta procura pelo ouro como uma
moeda alternativa deve ser suficiente para deixar qualquer um preocupado com
relação à segurança do dólar. O ouro também está se valorizando com relação às
outras moedas; entretanto, ele está quebrando os recordes com relação ao
dólar!
Isto indica que a desvalorização do dólar, não apenas a procura
pelo metal, está contribuindo diretamente para a inflação.
O ouro não é o único produto que está subindo de preço por
causa do dólar mais fraco. Quase todos os outros produtos, incluindo os cereais,
estão subindo muito de preço. Como o economista Peter Schiff indicou em um vídeo
recente, todo o entusiasmo com os índices atuais das bolsas de valores são
vazios quando você considera que a maioria das commodities está com um
desempenho superior às ações por causa da inflação. Quem investiu em arroz,
cobre ou até mesmo algodão, ganhou mais dinheiro no mês passado do que quem
investiu em ações:
O preço dos cereais está explodindo agora diante do dólar mais
fraco. Muitos mercados de commodities têm "limites de trava" que permitem
somente certa percentagem de aumento por dia.
Uma vez que essa percentagem seja
atingida, as negociações são interrompidas.
Dê uma olhada em quantos cereais
estão atingindo seus limites de trava ao mesmo tempo:
O acentuado aumento nos preços das commodities esteve
sob o radar por um bom tempo, mas qualquer pessoa que faça compras na mercearia
sabe do que estou falando. Quantos de nós viram os preços dos produtos nos
supermercados aumentar, não caírem, nos dois últimos anos? Outros fatores a
considerar: os varejistas estão absorvendo custos mais altos no atacado de modo
a manter os preços na prateleira sob controle para evitar a perda da clientela,
porém isto não vai durar muito tempo. Em breve, eles começarão a perceber que a
"recessão" está durando muito mais do que eles foram levados a acreditar e, se
continuarem a absorver os custos crescentes, terão de fechar as portas. Outro
problema é o fato que os salários estão caindo nos EUA ao mesmo tempo em que os
preços estão subindo! O governo se recusou a conceder aumentos para os
aposentados neste ano para compensar a inflação e, provavelmente, fará o mesmo
no próximo ano.
Esta é a primeira vez desde 1975 que a Previdência Social não
corrigiu as aposentadorias diante dos custos crescentes:
A inflação ESTÁ acontecendo e mesmo assim a Reserva Federal
quer deliberadamente criar mais? O quanto mais é suficiente para o Fed? Se eles
realmente querem corrigir a economia, então produzir elevações nos preços em um
ambiente de nível de emprego volátil e com salários em declínio parece ser uma
forma engraçada de tratar o problema. É interessante que existe outro paralelo
com a República de Weimar aqui. O governo alemão naquele tempo negava
ferrenhamente que a inflação estava destruindo a economia até o momento em que o
colapso total ocorreu. Será se os EUA realmente vão dar as boas vindas para esse
tipo de evento?
Conclusão: os especialistas são estúpidos de primeira classe e
os bancos centrais mentem. Extrema inflação conjugada com uma dívida pública
impagável é uma coisa má, não boa. É como um parente embriagado que arruína sua
festa de aniversário e faz todas as crianças chorarem. Não se deve convidar este
tipo de problema a vir à sua casa.
Em uma Corrida Para Baixo, Todos Perdem
É impressionante o quão abruptamente tantos países em todo o
mundo consideraram ou executaram políticas de desvalorização. A intervenção na
moeda é o furor do momento! O governo do Japão interveio no iene (com pouco
sucesso) e declarou que continuará a fazer isso no futuro próximo:
O Banco da Inglaterra provavelmente continuará com as medidas
de estímulo e desvalorização da libra, exatamente como a Reserva Federal está
fazendo com o dólar americano:
A Reserva Federal ainda vai anunciar se acelerará as medidas de
estímulo nos EUA, mas o consenso é que ela fará isso.
Logicamente, há pouca
indicação que o Fed tenha parado com as injeções de liquidez feitas desde o
início da crise de crédito, de modo que não compreendo por que tanto entusiasmo.
O que é claro é a óbvia tendência para múltiplas implosões de moedas em um
esforço fútil de lutar por uma participação nas exportações que não existe.
Esta "corrida para baixo" nas moedas é vendida para o público
como necessária por causa da interdependência, a mesma interdependência que foi
essencialmente forçada sobre nós nas últimas décadas pelos interesses
empresariais globalistas.
Simultaneamente, esses mesmos interesses globalistas
estão rotulando a guerra cambial como "protecionismo".
Bem, qual dos dois é o
culpado? A interdependência ou o protecionismo?
O globalismo criou uma atmosfera econômica em que as massas
assumem que nenhum país pode sobreviver sem que outros sirvam de apoio, mas o
que acontece quando esses países individuais não conseguem nem mesmo suportar
suas próprias situações financeiras, muito menos as dos outros? O fato é que a
interdependência é uma fraude.
Veja a coisa da seguinte forma: imagine que você more em uma
casa ampla com vários colegas que ajudam a pagar o aluguel. Alguns de seus
colegas são, infelizmente, artistas ainda não reconhecidos e que passam fome, ou
caronistas, que vivem à custa dos outros e que não ajudam a pagar as despesas.
De modo a sobreviver, eles sugam o sangue das pessoas que os carregam nas
costas. Isto é globalismo, ou interdependência.
Agora, qualquer pessoa sensata procuraria encontrar colegas
mais responsáveis para compartilhar uma situação financeira, ou estão se mudaria
da casa e procuraria viver de forma independente. No entanto, de acordo com os
globalistas, você não tem o direito de se mudar e morar sozinho. Você não tem a
permissão de se tornar independente. Como um locatário que tem a capacidade de
mantê-lo acorrentado ao imóvel, ou você vive na propriedade dele ou não viverá
em parte alguma. Você precisa ficar preso naquela casa, naquela situação
financeira, com um bando de réprobos que se comportam como crianças, e fazer
aquilo funcionar para o resto de sua vida. Por que você precisa disto? Os
globalistas nunca explicam direito, mas aparentemente, esta é a "ordem natural
das coisas" e o isolacionismo é "falta de espírito esportivo".
Portanto, você
está preso nesta casa de horrores. Quais são suas opções?
A) Ameaçar os colegas preguiçosos com represálias financeiras,
retendo os fundos, produtos, etc. (Isto é o que os globalistas chamam de
"protecionismo".) Entretanto, se você não assumir a parcela dos seus colegas,
não completará o valor do aluguel e colocará tudo sob o risco de colapso,
arrastando todos para o abismo de viver sem teto e na perdição.
B) Tornar-se você também um caronista e viver à custa dos
outros. (Isto é basicamente o que os EUA e muitos outros países fizeram ou estão
começando a fazer. Por que trabalhar para se manter se você pode simplesmente
tomar empréstimos e gastar de acordo com a vontade de seu coração? Desde que os
outros colegas continuem contribuindo com as despesas, tudo estará bem para
você. No entanto, eles poderão se tornar protecionistas e parar de pagar. Neste
caso, o que você e os demais caronistas farão?
C) Assassinar os colegas, enterrá-los sob o piso e guardar as
coisas para você somente. (Guerras e violências ocorrem o tempo todo por causa
de disputas comerciais.)
D) Continuar como o trouxa que paga as contas de todos os
caronistas. (Ninguém faz isto por muito tempo, incluindo os países.
Eventualmente, eles se voltam para as opções A, B, ou C.)
Sob a interdependência forçada, a única pessoa que continua por
cima é o locatário. Todos os demais se tornam igualmente pobres. A ilusão,
novamente, é que precisamos permanecer interdependentes. Por que não nos
tornarmos autossuficientes como país e nos recusamos a brincar neste jogo? Por
que não deixar a casa disfuncional, dar adeus ao locatário e construir sua
própria casa que realmente funcione? Por que um bando de banqueiros da elite
pode rotulá-lo de "isolacionista"? Que diferença faz? A alternativa é um planeta
de parasitas que sugam o sangue uns dos outros em uma distopia global cada vez
mais destrutiva e desbalanceada. Algumas vezes, as pessoas simplesmente não se
dão bem umas com as outras.
Forçá-las a conviver contra as vontades delas não é
uma receita para a paz ou para a estabilidade econômica, mas sim para o
desastre.
A Perpetuação do Mito da Guerra Cambial
Em qualquer batalha épica, seja real ou no cinema, duas coisas
muito importantes são necessárias: um herói e um vilão. Caso contrário, o
público simplesmente perde o interesse. A guerra cambial que está sendo forçada
sobre nós não é diferente.
Geralmente, na guerra cada lado tende a ver a si
mesmo como o "herói" e outro lado como o "vilão", independente de suas posições
morais.
Entretanto, isto realmente não importa para as elites que estão no
controle do volante, desde que elas derivem os benefícios que desejam com o
conflito.
Por exemplo, embora as tensões da desvalorização ainda não
tenham se acumulado para a tensão total na disputa entre a China e os EUA, é
fácil ver como o cenário está sendo armado em ambos os lados do Pacífico para a
perpetuação do mito do herói contra o bandido. O povo americano e o povo chinês
estão sendo cuidadosamente condicionados a verem o outro como a única fonte da
crise econômica que está prestes a se desdobrar.
Noam Chomsky começou a distribuir uma série de artigos
intitulados, estranhamente, China and the New World Order (A China e a
Nova Ordem Mundial). Você pode ler as duas primeiras partes aqui:
Agora, antes que qualquer pessoa no Movimento da Liberdade
comece a ficar entusiasmado com o fato de Chomsky finalmente ter acordado para a
natureza criminosa dos bancos centrais, preciso adverti-lo que ele não abriu os
olhos para coisa alguma. Na verdade, sua última série de artigos continua e
suporta a fábula que o "imperialismo" americano e traições do tipo Darth Vader
são a causa-raiz de todos os problemas e desconforto que existem sobre a face do
planeta. Na visão de Chomsky, o domínio americano é a "Velha Ordem Mundial", uma
ordem contra a qual a China (a heroína) está se posicionando, junto com outras
economias emergentes. A "Nova Ordem Mundial", de acordo com Chomsky, é a solução
para as décadas de tirania norte-americana.
Admito que sou há muito tempo um admirador da obra de Chomsky
sobre linguística generativa, mas no que se refere às suas visões políticas, ele
sempre foi bidimensional.
Chomsky certamente ignora o fato que o Partido Comunista Chinês
deve seu poder aos interesses ocidentais que apoiaram Mao e sua revolução por
meio dos esforços do general Joe Stillwell, que deveria estar ajudando os
nacionalistas. Mas, vamos agora esquecer a história e os fatos e viver o
"agora". O problema com a visão de Chomsky é que ela não somente desconsidera a
história, ela desconsidera totalmente o papel do globalismo e dos bancos
centrais! Não foram os imperialistas americanos somente que contribuíram para o
dínamo do colapso econômico que testemunhamos atualmente. Isto não é "carma"
financeiro. O colapso é resultado de ações praticadas pelas elites empresariais
dos EUA, pelas elites europeias, pelas elites da América do Sul e da América
Central e até mesmo pelas elites asiáticas. A palavra operativa aqui é "elites".
Quer Chomsky perceba ou não, ele está treinando seus leitores a associarem a
frase "Nova Ordem Mundial" com anti-imperialismo! Isto é risível, pois os
globalistas que frequentemente usam essa mesma frase para descrever seus
objetivos de um controle econômico e social centralizado são qualquer coisa
MENOS anti-imperialistas.
Você se lembra de Song Hongbing e seu livro "Guerras Cambiais"
que mencionamos anteriormente? Bem, a visão dele é quase idêntica a de
Chomsky!
Em seu livro publicado três anos atrás, ele descreve a história
da elite bancária global, predizendo que ela acionaria um colapso econômico de
modo a destruir o dólar americano e lançar uma nova moeda global. Parece que ele
fez sua lição de casa, exceto que no mesmo livro ele delineia como a China não é
parte deste plano, mas um alvo inocente.
O livro "Guerras Cambiais" foi um sucesso na China em 2008 e
Song foi até indicado como uma das pessoas "mais poderosas da China" pelo site
de notícias econômicas Bloomberg:
Após lerem o livro de Song, milhões de chineses estão agora sob
a ilusão que seu governo, que foi trazido à existência pelos interesses
globalistas e que institui políticas globalistas, de algum modo não é parte da
guerra cambial criada pelos globalistas e que a China está na realidade sob
ataque das elites ocidentais que trabalham por meio dos EUA.
Impressionante. Se
eles apenas compreendessem que seu próprio governo está tão envolvido na
fabricação do colapso quanto o governo americano, poderíamos não estar
discutindo a possibilidade de uma guerra cambial.
Por fim e certamente menos importante, há a marionete do
Sistema Paul Krugman, que parece nunca perder tempo quando existe uma mentira
que precisa ser disseminada:
Neste artigo, Krugman regurgita todos os pontos de discussão da
grande mídia que poderíamos esperar que delineiam os assim chamados benefícios
de aplicar sanções à China. Nem uma vez esse mercenário sente a necessidade de
mencionar que a China também tem a capacidade de liquidar suas reservas em
títulos do Tesouro dos EUA, causando um efeito dominó no mercado que aniquilaria
o dólar. Krugman é outro exemplo vivo de que você não precisa ser inteligente ou
nem mesmo honesto para receber o Prêmio Nobel de Economia.
Aqui vemos um coro crescente de vozes insinceras na China e nos
EUA todas cantando "lutar, lutar, lutar, lutar", sem apresentarem qualquer razão
concreta ou racional por que deveríamos lutar.
Não Leve um Canivete Para uma Luta com Armas de Fogo
Por que não iniciar uma briga comercial com a China? O governo
chinês é notoriamente contrário às liberdades, certo?
Infelizmente, o governo
americano não está muito atrás, de modo que uma elevada base moral está fora de
questão. Além disso, economicamente, os EUA têm tudo a perder e a China tem tudo
a ganhar.
A China substituiu os EUA em termos de mercados de exportação.
O bloco comercial ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) está sendo
muito lucrativo para a economia chinesa, crescendo 55% na primeira metade deste
ano:
Já disse isto um milhão de vezes e vou dizer novamente: a China
NÃO precisa mais dos EUA. Fico admirado ao ver que os economistas da grande
mídia ainda repetem a bobagem que a China depende dos mercados de consumo nos
EUA. Isto não é mais verdade.
A China tem dívidas limitadas, trilhões de dólares em superávit
cambial em moeda estrangeira, e uma capacidade industrial gigantesca. A única
fraqueza é, na verdade, a moeda. A inflação está desmedida na China,
especialmente nos alimentos e na moradia. O yuan tem poder de compra limitado,
tornando a vida dos cidadãos chineses difícil.
Eventualmente, eles terão de
permitir a valorização de sua moeda se esperam manter uma base de consumidores
mais forte. Assim, por que eles até aqui não permitiram que o yuan subisse?
Parece ser uma grande contradição... mas na verdade é uma decisão
deliberada.
O Banco Central da China emitiu títulos denominados em yuan nos
dois últimos anos, fortalecendo a reputação do yuan como uma possível moeda de
reserva nos círculos internacionais. Os títulos em yuan estão agora praticamente
em paridade com os títulos do Tesouro dos EUA:
O yuan está sendo preparado para uma considerável valorização,
mas há uma coisa que resta para os chineses fazerem: despejar no mercado os
títulos do Tesouro dos EUA. Esta é uma proposição difícil.
O despejo desses
títulos neste momento poderia parecer um antagonismo, ou até mesmo um ataque,
deixando a China no papel de "vilã", não como "heroína". Não seria útil se os
EUA fizessem uma provocação que desse à China uma justificativa para se livrar
dos títulos do Tesouro dos EUA?
Aqui entram os banqueiros centrais dos EUA e
suas hordas de propagandistas da guerra cambial, criando a oportunidade perfeita
para a China derrubar o dólar, e para outros interesses o substituírem.
A razão por que tantas pessoas se tornaram confusas com a
questão cambial China/EUA é porque elas não estão olhando para o quadro grande,
o método que está por trás da loucura...
Que Confluência Impressionante de "Coincidências", Disseram os
Globalistas
As coincidências, por sua própria natureza, devem ser
inerentemente imprevisíveis. Por que, então, os economistas alternativos e os do
Movimento da Liberdade conseguiram diversas vezes predizer os movimentos do
mercado que normalmente seriam chamados de coincidentes? Porque não existem
coincidências, especialmente em uma economia tão manipulada quanto a que existe
nos EUA.
A questão que todos precisam fazer para si mesmos é: nestas
perfeitas tempestades de destruição, quem se beneficia mais?
Veja todos os
fatores que precisam se encaixar para produzir uma guerra cambial entre a China
e os EUA; uma implosão global do crédito maior do que qualquer coisa já vista
antes, uma total reengenharia da economia chinesa em direção ao consumo no
espaço de três anos, a emissão de títulos denominados em yuan com a ampla ajuda
das empresas globais, a solidificação final do bloco comercial ASEAN no espaço
de um ano, a redução da taxa de juros para quase zero nos EUA, a impressão de
dólares fiduciários na forma da flexibilização quantitativa nos dois últimos
anos e o anúncio global de intervenções simultâneas nas moedas. São muitos
eventos sem precedentes em um curto espaço de tempo. A súbita proposta para que
o FMI passe a atuar como um supervisor global e "polícia da moeda" é apenas a
cobertura do bolo:
Polícia da moeda? O que isto significa exatamente? Vamos
perguntar ao próprio FMI:
"'Ações adicionais são necessárias urgentemente para reforçar o
papel e a eficácia da instituição como um organismo global para a vigilância
macro-financeira e colaboração nas políticas', o comitê diretor do FMI disse em
um comunicado."
Portanto, a solução para a crescente guerra cambial fabricada
pelos bancos centrais é dar aos banqueiros centrais maior poder para
supervisionar e regular todas as moedas? O que o G-20 pensa sobre isto? Eles
acharam a ideia excelente!
O FMI está sendo colocado não como um juiz nas disputas
cambiais, mas como um árbitro e regulador. Este papel ainda não se materializou
e, provavelmente, não se materializará até que várias moedas tenham implodido,
incluindo o dólar americano, mas o fim do jogo está claro; haverá o
descarrilhamento do dólar e o FMI intervirá e assumirá o controle da questão
para o bem maior.
Quem se beneficiará? Os banqueiros internacionais e as elites
que estão no comando do FMI, que receberão mais poder econômico centralizado que
já foi obtido na história da humanidade. Isto, junto com a recente admissão do
FMI que quer que os SDR (Direitos Especiais de Saque) se tornem a nova moeda de
reserva mundial, revela claramente, sem dúvida, que uma guerra cambial será uma
maldição para a soberania nacional, para a vida financeira e para as liberdades
do homem comum, e que dará um ímpeto acelerado na promoção do globalismo.
Imagine isto.
Esse
é o grande pecado da elite europeia, que vive a ilusão de que um
governo transnacional – eventualmente um governo mundial – seja a
solução para a crise.
Não é. Governos transnacionais sacrificam a
liberdade e a soberania.
Ontem
eu vi o programa Manhattan Connection e o diálogo entre Ricardo
Amorim e Diogo Mainardi foi ilustrativo e esclarecedor. O argumento
de Ricardo é o meu:
se políticos não deram solução para a crise
em curso não serão tecnocratas desprovidos de voto que terão a
solução. Diogo Mainardi deixou de ser um analista político para
ser um torcedor apaixonado. É pura ilusão achar que uma
personalidade tem a chave para a solução. autoengano terrível.
Eu
testemunhei momento assim no Brasil quando o presidente João
Figueiredo tirou o ministro Delfim Netto da Agricultura e o pôs no
Planejamento. A mística de “milagreiro” de Delfim encantava a
todos e gerou uma expectativa que não tinha como ser cumprida. A
crise é maior do que seus condutores e exige sacrifício.
Intuitivamente os que serão chamados a se sacrificar prendem-se
irracionalmente ao fio de esperança sobre a ação de uma pessoa que
não tem como gerar atalhos. Os sacrificados serão sacrificados do
mesmo modo. Delfim Netto acabou por ser o anti-milagreiro, o algoz de
toda gente.
A
conversa entre Ricardo Amorim e Diogo Mainardi girou em torno do novo
primeiro-ministro italiano Mario Monti. Político que jamais recebeu
votos, Monti é um tecnocrata completo, apoiado pela burocracia de
Bruxelas Esse apoio ajuda, mas pode também atrapalhar, pois o novo
primeiro-ministro poderá ser incentivado a fazer os profundos cortes
que a Itália terá que fazer nas suas despesas em velocidade mais
acelerada. Será no momento dos cortes que a fraqueza congênita de
Mario Monti aparecerá a todos: sua não legitimação nas urnas.
Toda ação tecnocrática tende a ignorar as sutilezas do processo
democrático e atropelar o real com sua racionalidade fria e pseudo.
Ocorre que a racionalidade não submete o real. Bem vimos o que tem
havido na Grécia. Os perdedores farão barulho e se rebelarão. A
cada anúncio de cortes teremos sucessivas rebeliões dos perdedores.
Melhor
que a Itália tenha escolhido um nome de consenso com rapidez e que
este tenha o apoio internacional necessário. Mas não se pode ter
ilusão. A fraqueza do novo governo italiano é mais do que evidente.
Na agudização da crise veremos dramas dolorosos. Porque esta crise
não é circunstancial e nem de fácil resolução. É uma grande
crise, a exigir sacrifícios equivalentes àqueles de tempos de
guerra. Será um ajuste geracional, a sacrificar aposentados,
funcionários públicos e pagadores de impostos. Teremos a
oportunidade de ver a economia política em estágio laboratorial,
como em momentos fundadores. A social-democracia morreu e o novo
ainda não nasceu. A própria elite não se preparou para a
transição.
Esse é
o grande pecado da elite europeia, que vive a ilusão de que um
governo transnacional – eventualmente um governo mundial – seja a
solução para a crise.
Não é. Governos transnacionais sacrificam a
liberdade e a soberania. Terá contra si tenaz resistência. É isso
que veremos, a elite tecnocrática remando para alienar a capacidade
decisória do Estado italiano e sua população não reconhecendo
nela legitimidade para entregar a estrangeiros o poder deliberativo
que é inerente aos povos livres. É esse o embate que a guarda a
Itália.
Os
promotores da New World Order estão apertando as mãos e pedindo:
"Nós trabalhamos tanto para passar este acordo. Nós ainda não
terminamos nossos planos. Agora eleitores estão tentando matá-lo.
Não é justo!"
A
União Monetária Europeia (UME) vai quebrar. Isto será seguido por
um desmembramento da União Europeia.
Este
fato é negado pelos promotores da New World Order (NWO) da
unificação internacional. Eles têm planejado isso desde o fim da
primeira Guerra mundial. Eles vêm implementando isso ativamente, em
segredo, desde os anos 50. Eles usaram tratados para passar essa
unificação política. Eles usaram a unificação econômica como
isca. O gancho da unificação política sempre esteve na isca.
A
ameaça que a NWO enfrenta é que a isca se tornou um veneno. A UME é
baseada em um banco central comum e em uma moeda comum. Mas sem um
sistema de governo comum, não pode haver união fiscal. Não pode
haver um plano centralizado por meios keynesianos.
O
nacionalismo implícito pela manipulação fiscal keynesiana levou à
crise grega. A UME paira sobre uma premissa improvável: a sabedoria
dos banqueiros comerciais europeus (BCE), que passaram suas carreiras
nos altamente regulados mercados domésticos. Antes, banqueiros de
grandes bancos poderiam sempre contar com seus bancos centrais
nacionais para socorrê-los. Mas, nesta nova ordem bancária mundial,
o banco central europeu não tem a flexibilidade para salvar todos os
grandes bancos nacionais que estão vivendo turbulência. Alguns
membros do conselho do BCE são parte do eixo germano-holandês, o
que favorece a redução monetária e os preços estáveis. O
conselho deve acalmá-los a certo ponto. Isto reduz o tempo de
resposta do BCE.
A
linha de pensamento da UE e do BCE é de que não há nenhum problema
ou série de problemas enfrentados pelo governo central. Eles
insistem que os problemas atuais são temporários.
Nos
já ouvimos tudo isso anteriormente.
O
colapso do comunismoO
maior acontecimento da minha vida foi o suicídio da União Soviética
em 31 de dezembro de 1991. O império comunista caiu sem que um tiro
fosse disparado. Oficiais superiores do partido comunista saquearam
os fundos do partido e enviaram o dinheiro para contas em bancos
suíços. Em seguida, eles privatizaram os principais ativos
econômicos do estado para que eles e seus comparsas se tornassem
incrivelmente ricos.
O
segundo maior acontecimento foi à decisão de Deng Xiaoping em 1978
de liberar a agricultura chinesa. Isto levou ao crescimento econômico
mais rápido da história. Nada como isso já aconteceu com tamanho
número de pessoas. O crescimento da economia per capita da Coreia do
Sul de 1950 a 1990, foi maior, mas a Coreia do Sul era uma nação
muito menor.
O
comunismo foi à ideologia tirânica mais poderosa na história do
homem. O comunismo falhou operacionalmente na União Soviética em
menos de 75 anos. A China comunista falhou em menos de 30 anos.
A
lógica do dinheiro seduziu a vanguarda do proletariado. A inevitável
vitória socialista foi exposta como uma fraude gigante. A religião
messiânica do marxismo afundou com os dois navios comunistas.
Hoje,
o exército esfarrapado de professores marxistas nas universidades do
ocidente tem como modelos de sobrevivência apenas Cuba e a Coreia do
Norte .Afoto
de satélite das duas Coréias— luzes brilhantes no sul, uma
luz no norte — é o epitáfio mais poderoso que existe do
comunismo.
Agora
mais uma vitoria da liberdade sobre as políticas centralizadas está
em andamento. Isto está acontecendo no oeste europeu, e isto não
será revertido. O garoto propaganda da New World Order — a União
Europeia — começou a desmoronar. Nada irá reverter este fato.
Existem
alguns no ocidente que irão negar. Também existem aqueles que de
1992 até hoje insistem que o colapso da União Soviética foi na
verdade um grande engano. Os comunistas ainda estão no controle,
dizem eles. Essas pessoas não admitem que o comunismo perdeu a
batalha. Como os comunistas originais, eles acreditam na soberania
absoluta do poder político. Eles acreditam que o ocidente não
poderia ter ganhado, porque os comunistas eram melhores na intriga e
no poderio militar.
Mas o ocidente ganhou, porque os líderes
comunistas desistiram do sonho de um mundo socialista e decidiram
seguir o dinheiro.
Vou
contar como que eu sei que os comunistas fracassaram completamente.
Primeiro, o novo governo russo mudou o nome das cidades principais de
volta para os seus nomes pré-Bolchevique. Leningrado se tornou São
Petersburgo. Stalin mudou o nome de Volgagrado para Stalingrado em
1925. Khrushchev mudou de volta em 1961 como parte do seu programa de
"de-Stalinização". Ambas as mudanças revelaram a
natureza dos políticos na Rússia. Os nomes das cidades eram
testemunhas do poder dominante. Por isso que as mudanças de nome
depois de 1991 foram significantes.
Segundo,
multidões derrubaram estátuas de lideres soviético. Uma das
estátuas que desapareceram foi a de Pavlik
Morozov, o garoto de 13 anos que denunciou seu pai. Ele foi
transformado em herói por Stalin depois de seu assassinato aos 15
anos. Ele executou os parentes do garoto pelo crime, apesar de todos
terem negado envolvimento no crime. A história de Morozov era
ensinada as crianças soviéticas até o fim do regime. Sua estátua
desapareceu do parque público construído em sua homenagem.
A
queda da União Soviética não foi um engano. Foi real. Aconteceu há
duas décadas.
Há
outra queda se aproximando.
Do
colapso à separaçãoEu
vou dizer novamente. O colapso da União Monetária Europeia vai ser
seguido pela separação da União Europeia.
A
UME está se rompendo. Alguns colunistas do ocidente estão agora
admitindo isso. No geral, entretanto, o caminho seguido pelas linhas
de comunicação é o mesmo seguido pelos burocratas da UE: "A
crise na Grécia é uma aberração temporária. Ela será resolvida
pela UE, FMI, e pelas políticas dos banqueiros europeus."
O
problema com esta afirmação é que a Grécia continua a queimar.
Taxas de juros de curto prazo estão acima de 100%, indicando a perda
de confiança por parte dos investidores na capacidade do governo
grego em pagar seus juros em euros. Se a UE, o FMI, e o BCE tivessem
um plano para lidar com o problema na Grécia — sua incapacidade
iminente para fazer pagamentos de juros em euro — eles o teriam
implantado. Eles continuam anunciando "empréstimos-ponte"
temporários. Estes "empréstimos- ponte" são na realidade
empréstimos sem fundos. É presumido que todos sabem disso, porém
eles não investem adequadamente. Os vários giros nos mercados de
ações europeus indicam que a esperança e o medo estão
equilibrados, ao contrário de qualquer orçamento do governo.
A
esperança vai se transformar em medo enquanto a realidade aparece. O
que é realidade? Que grandes bancos europeus compraram títulos do
governo grego, porque eles assumiram que nenhum membro da UME iria
sair em omissão a dívida em euro. Mas é claro que isto é
exatamente o que a Grécia fará. O calote é estatisticamente
inevitável. O buraco é um poço sem fundo.
O
euro foi o garoto propaganda da unificação europeia, assim como a
unificação europeia era o garoto propaganda da NWO para a
unificação mundial, o sonho da Comissão Trilateral. O euro foi
empurrado goela abaixo dos bancos centrais europeus em 1999. Eles
desfrutavam de uma autonomia considerável. Políticos
nacionais também ressentiam o fato de que eles não teriam mais
muita influência nos negócios monetários domésticos. Eles
passaram a ter que convencer os banqueiros do Banco Central Europeu a
seguir políticas que sustentariam o estado de bem-estar social.
Este
mundo se foi, mas existem políticos nas nações PIIGS (Portugal,
Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) que gostariam muito de
restaurá-lo.
Eles estão sendo pressionados por eleitores para se
libertarem dos programas de "austeridade" que estão sendo
enfiados em suas gargantas pelo FMI e pelo BCE.
A
Bíblia ensina, "O rico domina o pobre, e quem pede emprestado é
servente de quem empresta" (Provérbios 22:7). Isso incomoda os
devedores. A Bíblia também ensina, "O ímpio toma emprestado e
não paga" (Salmo 37:21a). Isso incomoda muito os devedores.
"Isto é um insulto a nossa integridade!"
Então, quando
seus governos anunciam cortes limitados no gasto doméstico, os
trabalhadores ameaçados tomam as ruas. "Você nos deve o que
você nos prometeu!"
Resumindo,
eleitores querem impor austeridade nos credores. Eles não querem
credores impondo austeridade nos seus governos de bem-estar social.
Alguns
grupos interessados vão ser inflexíveis. Na opinião da UE, BCE,
FMI os funcionários de países com grande dívida serão
inflexíveis. Na opinião dos sindicatos gregos os burocratas da BCE,
FI, UE vão ser inflexíveis. Políticos das nações PIIGS alegam
que ninguém vai ser inflexível se o BCE, FMI, e a UE emprestarem
mais dinheiro. Os banqueiros querem que a UE e o BCE sirvam de
provedores de última instância para os bancos, para que, quando os
PIIGS derem calote, os banqueiros não percam seus bônus. Eleitores
na Alemanha não querem ficar presos com as contas a pagar dos PIIGS
ou bancos.
Investidores no mercado de ações da Europa parecem
Rodney King ao dizer. "Não é possível todo mundo se dar bem?"
Os
promotores da New World Order estão apertando as mãos e pedindo:
"Nós trabalhamos tanto para passar este acordo. Nós ainda não
terminamos nossos planos. Agora eleitores estão tentando matá-lo.
Não é justo!" Eu penso em uma cena
clássica que melhor descreve o atual predicamento da NWO.
Quando
a história da ascensão e da queda do oeste europeu pós-guerra for
algum dia escrito, ela será lançada em três volumes. Vamos
chamá-los de "Fatos Concretos," "Ficção
Conveniente" e — o volume que ainda está sendo escrito —
"Fraude."
O
autor diz que os fatos concretos foram necessidades militares do
pós-guerra. A Guerra fria começa.
O
próximo fato concreto foi o dinheiro. Ele corretamente identifica
este como "o presente de Ludwig Erhard, autor das reformas
econômicas que criaram o marco alemão, aboliu o controle de preços,
e colocou a inflação em controle por gerações." Erhard foi
um discípulo de Wilhelm Roepke, que foi um discípulo de Ludwig von
Mises. Em junho de 1948, Erhard unilateralmente aboliu inteiramente o
sistema militar aliado de controle de preços, moeda fiduciária, e
racionamento. No dia seguinte — literalmente — o "milagre
econômico alemão" começou.
O
autor continua: "O terceiro fato concreto foi a criação do
mercado comum de Jean Monnet que deu a Europa uma economia
compartilhada — não política — idêntica." O autor foi
enganado pela última fraude. Monnet estava trabalhando para a
unificação política desde que ele e Raymond Fosdick, agente de
John D. Rockefeller Jr., sentaram-se juntos na conferência da paz de
Versailles em 1919. Em 1919, Fosdick enviou uma carta a sua esposa.
Ele disse a ela que ele e Monnet estavam trabalhando diariamente para
lançar as bases "do quadro de governo internacional." [31
de julho de 1919; em Fosdick, ed.,Letters
on the League of Nations(Princeton,
New Jersey:
Princeton University Press, 1966), p. 18.] Fosdick
retornou a Nova York em 1920, onde ele assumiu a Fundação
Rockefeller pelos próximos 30 anos.
Monnet
era o homem de frente para a New World Order. Ele promoveu unificação
política envolvendo-a em princípios de unificação econômica.
O
autor precisamente descreve o suicídio do oeste europeu.
Em
1965, gastos do governo como percentual do PIB eram em média 28% no
oeste europeu. Hoje paira há um pouco menos de 50%.Em 1965, a taxa
de fertilidade na Alemanha era um saudável 2.5 crianças por mãe.
Hoje é um catastrófico 1.35. Durante os anos pós-guerra, o
crescimento anual do PIB na Europa era em média 5.5%. Depois de
1973, raramente excedeu 2.3%. Em 1973, europeus trabalhavam 102 horas
para cada 100 trabalhadas por um americano. Em 2004 eles trabalharam
apenas 82 horas para cada 100 trabalhadas por um americano.
Ele
argumentou que "Foi durante esta desaceleração geral que a
Europa entrou na conveniente fase de ficção." Uma ficção de
que adicionando novos membros a UE iria permitir a economia europeia
a rivalizar com a produção Americana. Outra ficção era de que
havia um núcleo central de visões e valores que unificariam a nova
coletividade. Aqui, ele é terrivelmente ingênuo. Que tinha sido a
hipótese da Organização das Nações Unidas desde o começo, e da
Liga das Nações antes dele. Este era o coração da visão de
Monnet. Isso não começou em 1973.
E
houve, finalmente, a ficção gritante que a Europa tinha seu próprio
"modelo," distinto e superior ao modelo americano, que a
imunizou de correntes internacionais: globalização, Islamismo,
demografia. Os europeus amam seus feriados e eles pensaram que tinham
direito a um longo feriado da história também.
Ele
acertou essa!
Depois
ele listou as fraudes. Primeiro, a Grécia foi autorizada na União
Monetária Europeia. Mas isso não era uma fraude. Os críticos nos
anos noventa disseram que todas as nações do Club Med teriam
déficit. Eles alertaram que o euro não conseguiria aguentar.
Não
houve fraude ao deixarem os PIIGS entrarem no bloco. Isto era
fundamental para a visão de Monnet de 1919. Isto tinha que
funcionar. Isto é ordenado a funcionar. Esta é a religião da NWO.
Os
banqueiros não PIIGS pensaram que iria funcionar. Eles se
sobrecarregaram de dívidas dos PIIGS.
Isso
não era uma fraude. Isto era uma implementação de uma religião
profundamente política. Este foi um autoengano em escala
continental.
No
entanto, ele está certo sobre este ponto.
Houve
a fraude do chamado critério de Maastricht — as leis fiscais que
deveriam governar o euro apenas para serem rapidamente desrespeitadas
pela França e Alemanha e depois jogadas na crise atual. Houve a
fraude da Constituição Europeia, esmagadoramente rejeitada sempre
que um voto nela fosse permitido, apenas para ser revisada e imposta
por decreto parlamentar.
O
que esta acontecendo agora na Europa não é bem uma crise como é
uma exposição: um evento do tipo Madoff ao invés de um Lehman.
O
choque é que é um choque. A Grécia nunca que seria socorrida e
irá, cedo ou tarde, dar calote. Os bancos detentores da dívida
grega serão, cedo ou tarde, recapitalizados. A recapitalização
virá de contribuintes alemães, e isso irá colocá-los — mais
cedo do que tarde — no limite de sua paciência. Os chineses não
irão ao resgate: Eles sabem que não se deve gastar bom dinheiro em
mau dinheiro.
E
depois a Itália será a nova Grécia. A crise europeia chegará as
costas dos EUA, e os problemas econômicos americanos vão para as
costas europeias — um tsunami de mão dupla.
Ele
vê que esta fraude não vai se segurar. Há uma razão para isso.
A
"união fiscal" que está sendo debatida nunca irá passar:
Eleitores alemães não a querem, assim como nenhum outro país que
quer manter independência fiscal — o que quer dizer, o principal
atributo da soberania democrática.
Ele faz uma previsão: "O
que vem a seguir é a explosão do projeto europeu." Então ele
faz uma avaliação: "Dado o que os líderes europeus fizeram
deste projeto nos últimos 30 e poucos anos, isto não é uma coisa
totalmente ruim." Eu digo não. Isto é ótimo. Isto é, em
fato, a melhor coisa que provavelmente vai acontecer nas primeiras
duas décadas do século XXI. Isto é a extensão das duas separações
do século XX.
Mas isso chegará com um custo altíssimo. Os
distúrbios de Atenas tornar-se-ão os de Milão, Madrid e Marselha.
Partidos a margem ganharão forças. Postos de fronteira irão
voltar, moedas serão ressuscitadas, e depois desvalorizadas. Países
escolherão decadência ao invés de reforma. Isto é um longo
desfile de horrores.
ConclusãoO
preço da separação do BCE, da UME, e da EU será alto por causa
das fraudes e ficções convenientes que a precederam. Se eleitores
europeus não tivessem criado um estado de bem estar social, se eles
não tivessem consentido com uma moeda comum, mas ao invés tivessem
abolido todos os bancos centrais e tivessem permitido a competição
entre moedas, e se eles tivessem abolido tarifas e não criado uma
monstruosidade burocrática de agências não governamentais com
poder de governo — a WTO e seus amigos — o preço de transição
seria baixo. Mas eles escutaram a Monnet. Eles agora pagaram o preço.
Assim
como todos os seus parceiros comerciais. Assim como os grandes bancos
americanos que venderem seguros de inadimplência de crédito para
bancos europeus.
Tradução:
Diego
Santos
Gary
North, ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários
livros sobre economia, ética e história. Visite seu website.