sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Irá a Alemanha “apagar” por causa das “energias renováveis”?

Morbach: experiência válida para pequenas aldeias. Mas, e as grandes cidades?
Morbach: experiência válida para pequenas aldeias. Mas, e as grandes cidades?
Na pequena e simpática cidadinha de Morbach, na região de Hunsrück, 14 turbinas eólicas, quatro mil metros quadrados de painéis solares e uma estação de biogás – tudo instalado numa antiga base militar – produz o triplo da eletricidade de que a comunidade precisa.

Morbach é apresentada como o modelo de uma Alemanha sem usinas nucleares, as quais serão desativadas na sua totalidade em alguns anos, comentou a revista “Der Spiegel”, ecoada pela agência Presseurop.

O plano de energias alternativas renováveis ajudaria a combater o “aquecimento global”, tornaria o país independente do petróleo árabe e das chantagens da Rússia, além de exorcizar os medos de acidentes nucleares.

Morbach: do pequeno sucesso local ao sucesso nacional  há muito percurso a fazer
Morbach: do pequeno sucesso local ao sucesso nacional
há muito percurso a fazer
O plano marcaria quase o fim dos combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás – usados nos últimos dois séculos.

O plano é muito atraente e “politicamente correto”.

Porém, a realidade esta chiando e o governo tampa os ouvidos.

Os custos serão formidáveis e a Alemanha pode ficar aleijada energeticamente, com sua poderosa indústria condenada a fechar ou migrar.

Apesar dos conhecimentos e tecnologia atuais, a energia solar ainda é caríssima.

Onde está o sol no outono e no inverno alemão?

Os alegres ambientalistas não pensaram nisso?

As eólicas suscitam a antipatia crescente da população porque poluem intensamente a paisagem e são muito barulhentas para os moradores locais.

Além do mais, é preciso procurar muito longe ventos com a quantidade e força necessárias para torná-las viáveis.

A necessida obriga a ir até os países nórdicos e o próprio Mar do Norte.

Eolo é um deus caprichoso que sopra quando quer, deixando por vezes em apuros os mais sisudos climatólogos.

O que fazer quando o deus dos ventos dormita?

Tudo se passa como se jamais tivesse ocorrido aos militantes do ambientalismo a existência dessa evidência primeira. Para eles, o clima funciona como o ar condicionado: basta apertar um botão. Ou dar um clique no mouse.

O plano prevê a produção e acumulação de energia extra para as horas ou épocas em que Eolo ou Hélios não trabalhem.

Prevê-se bombear grandes quantidades de água em depósitos elevados nos momentos que há excesso de energia. Quando as forças naturais decidirem parar, então se faz descer a água para por em movimento geradores hidráulicos.

Mas eis um “pequeno detalhe” assaz importante: a Alemanha não tem superfície para esses depósitos de água. Os teóricos de gabinete mostraram nem conhecer a natureza e a geografia de seu país.

Der Spiegel: "O sonho caro de energia limpa"
Der Spiegel: "O sonho caro de energia limpa"
Para que funcione o belo e imenso plano, será preciso construir auto-estradas de energia – as linhas, as estações de comutação e transformação –, que custarão entre 40 a 53 bilhões de euros apenas nos próximos dez anos. Como se a Europa não estivesse em crise!

Em consequência, os estrategistas da RWE, a maior empresa alemã de energia, prevêem que o preço da energia vai subir 400% nos próximos 25 anos.

Acresce-se que é impossível calcular os custos exatos da revolução da energia verde nos próximos 40 anos.

E os militantes verdes parecem dispostos a dificultar os trâmites de aprovação dos projetos, promover disputas judiciais e protestos públicos, além de sabotagens ilegais por parte dos mais extremistas.

Os operadores de painéis solares recebem um subsídio muito acima do preço de mercado da eletricidade.

Quer dizer, entre 60 e 80 bilhões de euros nos últimos dez anos para cobrir apenas 1,1% das necessidades de energia elétrica da Alemanha.

E isso malgrado a Alemanha dispor por si só das instalações de células fotovoltaicas com uma capacidade equivalente à de todas as demais instalações repartidas pelo mundo.

A realidade e a geografia obstaculizam o utópico sonho.

Outro problema é que sendo a Alemanha muito povoada, e seu último metro quadrado aproveitado a fundo, ela não dispõe mais dos territórios onde instalar os caríssimos e até hoje pouco produtivos painéis solares.

Também quase não lhe resta mais espaço terrestre para as turbinas produtoras de energia eólica.

Parque de energia solar em Erlasee. Mas a Alemanha não tem o sol que necessitaria
Bonito parque de energia solar em Erlasee.
Mas, a Alemanha não tem o sol que o plano exige
Só fica o alto mar, onde os ventos são mais constantes, mas onde os custos de construção são muito mais caros.

O governo estima que a expansão ao alto mar custará entre 75 e 100 bilhões de euros até 2030, e confessa que os riscos de investimento são “difíceis de calcular”.

Ou seja, serão muito maiores.

E a conta não pára de aumentar.

As auto-estradas de eletricidade para trazer a energia eólica do Mar do Norte custarão, segundo a Comissão Europeia, mais outros 500 bilhões de euros.

E será preciso investir ainda mais 50 bilhões para trazer energia solar do sul do continente.

Parque de energia eólica da Siemens no Mar do Norte.  E se o vento não soprar?
Parque de energia eólica da Siemens no Mar do Norte.
E se o vento não soprar?
Até 2050, o governo planeja um gigantesco crescimento do uso de biomassa: entre 13 a 17 vezes mais do que hoje.

Para isso, seria preciso converter muitos milhões de hectares de terra para a produção de energia.

O resultado seriam monoculturas de milho ou colza, que ameaçariam a “sustentabilidade ecológica”.

E o quebra-cabeça – ou talvez o “quebra-Alemanha” – não faz senão começar.

A indústria é a maior consumidora de energia: um quarto da eletricidade e do gás da Alemanha. A indústria pesada emprega cerca de 875 mil trabalhadores.

No horizonte das “novas energias alternativas”, o presidente do conselho de administração da BASF, Jürgen Hambrecht, teme uma “lenta desindustrialização da Alemanha”.

As empresas se deslocam para onde é mais barata a energia e menor a hostilidade ambientalista.

Leia-se: fugirão para o exterior, deixando exércitos de desempregados em território alemão.

As energias renováveis demonstraram até agora ser viáveis só em pequenas localidades.

Verdes contra energia nuclear
Verdes contra energia nuclear
Para os ambientalistas radicais, o futuro será só o de pequenos grupos vivendo apenas do que produz a terra de sua comunidade e algum artesanato de tipo mais bem hippie. E mais nada.

Ou seja, é a sentença de morte contra a indústria alemã atual.

O custo da revolução verde será astronômico e talvez incontrolável para a indústria.

O investimento indispensável pode ser muito maior do que se imagina.

Entrementes, a grande indústria é diabolizada pelo ambientalismo radical: se ela vai para a falência, que se dane!

Se isso acontecer, a Alemanha não será mais a potência que é hoje.

Diminuída, empobrecida, com grandes contingentes populacionais desempregados, desvalorizados e substituídos por islâmicos, talvez ela não seja mais reconhecível no futuro.

Uma grande nação cristã poderá se apagar assim da história, para regozijo da “religião” ambientalista anticristã. Seria um crime inaceitável.

Fonte: Verde: a cor nova do comunismo

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